sábado, 22 de maio de 2010

Se lágrima fosse de pedra, eu choraria.

Um mestre do verso, de olhar destemido,
disse uma vez, com certa ironia :
“Se lágrima fosse de pedra
eu choraria”
Mas eu, Boca, como semrpe perdido
Bêbado de sambas e tantos sonhos
Choro a lágrima comum,
Que todos choram
Embora não tenha, nessas horas,
Saudade do passado, remorso
Ou mágoas menores
Meu choro, Boca,
Dolente, por questão de estilo,
É chula quase raiada
Solo espontâneo e rude
De um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória
De meus olhos, e quando aflora
Serve, antes de tudo,
Para aliviar o peso das palavras
Que ninguém é de pedra

Paulinho da Viola - Bebadosamba

Primeira vez que posto aqui um texto que não é meu. E esse vale a pena!

Um comentário:

  1. Você, que já é poeta e tem estrada longa atrás de si, me diz o que encontrou nesse trecho desse samba maravilhoso!

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